GWM investe R$ 10 bi e escolhe Iracemápolis (SP) para sua mega fábrica no Brasil; meta é fabricar 300 mil SUVs e picapes por ano
A montadora chinesa GWM (Great Wall Motors) acaba de dar um dos passos mais ambiciosos da indústria automotiva brasileira. Com investimento total de R$ 10 bilhões até 2032, a marca inaugurou sua fábrica em Iracemápolis (SP), que promete transformar a cidade em um novo polo automotivo.
O anúncio não ficou apenas no discurso: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da cerimônia e colou o selo “fabricado no Brasil” no primeiro Haval H6 nacional. Mais do que simbolismo, o ato reforça a confiança da montadora na produção local de SUVs e picapes, com planos ousados de chegar a 300 mil unidades por ano.
Mas o que esse investimento significa para o consumidor, para a economia e para o futuro dos carros eletrificados no Brasil? É isso que vamos explorar.
1. Investimentos em fases – o que esperar de cada etapa
A GWM estruturou seu investimento em duas fases:
- Primeira fase (até 2026): R$ 4 bilhões já aplicados na compra da antiga fábrica da Mercedes-Benz, modernização das linhas e adaptação para produção de modelos híbridos e elétricos.
- Segunda fase (2027 a 2032): mais R$ 6 bilhões, destinados à expansão da produção, novos modelos e aumento de nacionalização.
Com isso, o montante total chegará a R$ 10 bilhões – um dos maiores investimentos já feitos por uma montadora chinesa fora da Ásia.
Até o fim de 2025, a expectativa é ter 900 empregos diretos e, com a expansão e exportações, esse número pode dobrar para 2.000 postos de trabalho.
2. A planta de Iracemápolis: números que impressionam
A fábrica de Iracemápolis tem dimensões de gente grande:
- 1,2 milhão de m² de área total.
- 94 mil m² de área construída.
- Capacidade inicial para 50 mil veículos por ano, com plano de expansão para até 300 mil unidades anuais.
Além disso, o complexo conta com um Centro de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) de 15 mil m², sendo 4 mil já construídos, com mais de 60 técnicos e engenheiros dedicados ao desenvolvimento de tecnologias híbridas, elétricas e até soluções em combustíveis alternativos.
Essa estrutura posiciona a cidade paulista não apenas como um polo de produção, mas também como referência em inovação automotiva.
3. Modelos e tecnologias em lançamento
A fábrica já começou a produzir três modelos estratégicos para a marca:
- Picape Poer – voltada para competir com Hilux e S10.
- Haval H9 – SUV robusto de sete lugares.
- Haval H6 – disponível em versões híbrida (HEV) e híbrida plug-in (PHEV).
O destaque vai para o Haval H6 PHEV, que pode ser recarregado na tomada e rodar em modo 100% elétrico em trajetos urbanos.
4. Conteúdo local e fornecedores – um passo para a indústria nacional
Diferente de algumas concorrentes que importam carros semi-montados (CKD), a GWM adota o modelo peça a peça, o que facilita a substituição por componentes nacionais.
Atualmente, a montadora já trabalha com 18 fornecedores ativos, incluindo gigantes como Bosch, Continental, Dupont e Goodyear. Além disso, mais de 110 fornecedores estão cadastrados para futuras parcerias.
A meta é clara: alcançar 60% de conteúdo local até 2026.
5. Por que esse investimento importa para o Brasil?
A mega fábrica da GWM traz benefícios que vão muito além da economia da região:
- Geração de empregos diretos e indiretos.
- Transferência de tecnologia para universidades e centros de pesquisa.
- Estímulo à cadeia automotiva, com fornecedores nacionais entrando no radar.
- Produção sustentável, com foco em híbridos e elétricos dentro do Programa Mover, que incentiva veículos de baixa emissão.
Em outras palavras, a chegada da GWM fortalece a transição para uma mobilidade mais limpa e acelera o protagonismo do Brasil na indústria automotiva da América Latina.
6. O que vem depois? Perspectivas e expectativas
Embora a GWM não confirme oficialmente, existe a possibilidade de uma segunda fábrica no Brasil caso a produção alcance os 300 mil veículos anuais.
Outro ponto importante: a marca já mira a exportação para países da América Latina, o que pode transformar Iracemápolis em um hub regional.
Além disso, há estudos para trazer modelos abaixo de R$ 150 mil, focados em volume de vendas – o que pode colocar a GWM frente a frente com SUVs compactos das marcas tradicionais.
Dúvidas frequentes
- Quando a fábrica vai operar em dois turnos?
A partir de 2026/2027, quando a capacidade for expandida. - Quantos empregos serão gerados?
Cerca de 1.000 diretos até o fim de 2025 e até 2.000 com exportações. - O que é o Programa Mover?
É uma política do governo federal que incentiva a produção de veículos híbridos, elétricos e menos poluentes no Brasil.
Conclusão
A inauguração da fábrica da GWM em Iracemápolis é mais do que um investimento bilionário: é um marco histórico para a indústria automotiva brasileira.
Com foco em SUVs e picapes híbridas e eletrificadas, a empresa mostra que aposta no Brasil como plataforma de inovação e exportação.
E você, acha que a chegada da GWM pode transformar Iracemápolis no novo polo de carros elétricos e híbridos da América Latina?
Publicar comentário